TSE confirmou a vitória do emedebista no segundo turno da disputa paulistana
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), venceu o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) e foi reeleito em segundo turno da disputa na capital paulista. Com 90,11% das urnas apuradas, Nunes tem 59,57% dos votos, contra 40,43% de Boulos, e não pode mais ser alcançado, conforme dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Em uma campanha cujo principal protagonista, Pablo Marçal (PRTB), ficou de fora do segundo turno pela menor diferença de votos já vista na cidade, o atual prefeito decidiu jogar com o regulamento, ancorado na vantagem de herdar, de forma mais direta, boa parte do eleitorado do ex-coach. Nunes faltou a debates e reforçou agendas com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), figura quase ausente no primeiro turno.
Na retranca, o emedebista tratou ainda de manter alta a rejeição do adversário, a quem atribui a pecha de “radical” e “inexperiente”. Do outro lado, Boulos fez o que pôde para tentar reverter a baixa adesão, atrelando-se ainda mais ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Isso sem deixar de lado a luta pelo espólio dos 1.719.274 eleitores de Marçal, dono de um discurso antissistema e de culto ao empreendedorismo.
Como parte da estratégia de acenos, Boulos divulgou uma “carta ao povo de São Paulo” em que mirava eleitores autônomos e chegou a aceitar um convite do empresário para uma sabatina. Além disso, o psolista mostrou sua carteira de trabalho durante o horário eleitoral, em alusão ao episódio em que Marçal disse, ainda no primeiro turno, que iria usá-la para exorcizar o oponente.
O apagão decorrente de um temporal que deixou mais de dois milhões de pessoas no escuro na Região Metropolitana da cidade, há duas semanas, também ocupou o centro do debate. Boulos usou a falta de energia elétrica para atacar o atual prefeito, dizendo que Nunes é culpado por não atender aos pedidos de podas de árvores da população. Em contrapartida, o mandatário jogou a responsabilidade para o colo da Enel e do governo federal, comandado por Lula.
Nunes terminou o primeiro turno na primeira posição, com 29,48% dos votos válidos, só 25 mil a mais que Boulos. Ficaram pelo caminho, além de Marçal, a deputada federal Tabata Amaral (PSB), o apresentador José Luiz Datena (PSDB) e Marina Helena (Novo).